segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Um Espírito Distinto que Persevera em Seguir Ao Senhor


PERSEVERANDO EM SEGUIR AO SENHOR cf. cap. 13.1 – 14. 45
Número 14. 24 Porém o meu servo Calebe, visto que nele houve outro espírito, e perseverou em seguir-me, eu o farei entrar a terra que espiou, e a sua descendência a possuirá.
    Vale a pena perseverar em seguir ao Senhor? Talvez numa perspectiva onde não existam perseguições, onde não existam oposições, onde tudo corrobora-a perseverar valha a pena, mas no contexto desta passagem será que vale a pena, num contexto onde o espírito da maioria, diz que não vale? Se fossemos seguir a voz da maioria diríamos que não, mas nós não vamos seguir a voz do povo e sim a de Deus.
    Tragédia. Estes capítulos deviam relatar como o drama do êxodo e das peregrinações no deserto chegaram a uma conclusão triunfante. Havendo sobrevivido à viagem difícil e cansativa do Monte Sinai até Cades, um dos oásis mais férteis da península do Sinai, o povo de Israel se encontra nos limites da terra prometida. Obedecendo as instruções dadas por Deus, Moisés envia 12 espias para ver como era realmente a terra. Eles trazem de volta magníficas amostras de frutos, uma prova viva de que ela é, como Deus disse uma terra que mana leite e mel. Segundo Deuteronômio 1.22 parece que sua missão era fortalecer a fé dos israelitas, e não trazer de volta informações táticas.
    Porém em vez de encorajar Israel a reclamar a sua herança a maioria dos espias dizem ao povo que será muito difícil Israel conquistar a terra. Eles morrerão na tentativa. Em desespero, o povo propõe que se volte ao Egito. Deus sugere que eles sejam aniquilados devido a sua incredulidade. Em resposta a intercessão de Moisés, ele comuta o seu julgamento. Só os espias infiéis morrem imediatamente; o povo é condenado a vaguear pelo deserto durante quarenta anos, até que a geração mais velha faleça. Ela não entrará em Canaã, mas os seus filhos entrarão. Da mesma forma que não creram na promessa da vitória sobre os Cananeus, feita por Deus, agora também não aceita o seu julgamento. O episódio termina com o povo tentando conquistar a terra sem a ajuda divina, e sendo perseguido até Horma.
    É neste contexto que se levanta UM ESPÍRITO DISTINTO QUE PERSEVERA EM SEGUIR AO SENHOR
Com a ajuda de Deus queremos mostrar que vale a pena PERSEVERAR EM SEGUIR AO SENHOR, e para isso vamos avaliar o espírito que encontramos em Calebe e em outros personagens desta história, vamos ver em primeiro lugar a questão de "Como se Dá esse Espírito Distinto", depois vamos discutir sobre "Como se Manifesta esse Espírito Distinto", em seguida veremos Quais as Implicações e por último "Quais os resultados de se ter um Espírito Distinto que Persevera em Seguir Ao Senhor".
Como se Dá esse Espírito Distinto (qual a origem)
– Ele se Dá no desejo de se agradar a Deus. Cf. cap. 14. 8
Havia um anseio sincero no coração de Calebe de agradar ao Senhor, está era sua preocupação, se ele agrada-se ao Senhor não importaria a quem desagrada-se, mas se desagrada-se a Deus a quem importaria agradar. Neste anseio de agradar a Deus ele conclama as seus conterrâneos a fazerem o mesmo, a olharem para as recompensas daqueles que o agradam. É neste desejo de agradar que Josué e Calebe os dois espias fiéis ao Senhor pulam no meio do povo e rasgam a suas vestes, insistindo para que confiem na vitória final que Deus lhes havia de dar, afirmando ser fácil a conquista de Canaã se o Senhor se agradasse deles (14.6-9), assim Calebe e Josué conclamam o povo a não se rebelar contra Deus, eles movidos pelo temor de Deus se colocam acima das ansiedades e temores mundanos, florescendo assim o espírito Distinto que persevera em seguir ao Senhor.

 
– Se Dá na certeza de que o Senhor é conosco. Cf. cap. 14. 9

 
Para estes homens havia uma aliança com Deus na qual seus olhos estavam fixo, agradar a Deus, temê-lo, obedecê-lo, reverencia-lo são deveres que cabe a eles cumprir como parte desta aliança, são realidades fortalecidas pela certeza de que o Senhor como a outra parte desta aliança, sempre cumprirá suas promessas e sempre estará ao lado daqueles que cumprem os seus deveres, o Senhor estar ao lado dos que o temem, está bem perto, sua presença é real na vida daqueles que o amam, daqueles que anseiam agradá-lo, a certeza que estes homens demonstram é fortalecida por todos os acontecimentos que eles experiênciam e pelas palavras do próprio Deus, promessas que foram dadas a seus pais como as que foram ditas a Noé Genesis 6.18 "Contigo, porém, estabelecerei a minha aliança; entrarás na arca, tu e teus filhos, e tua mulher, e as mulheres de teus filhos." A Abraão "Genesis 17.4 Quanto a mim, será contigo a minha aliança; serás pai de numerosas nações."A Isaque Genesis 26.24 "Na mesma noite, lhe apareceu o SENHOR e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo; abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência por amor de Abraão, meu servo." A Jacó Genesis 28.15 "Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que te hei referido." E finalmente a Moises Êxodo 3.12 "Deus lhe respondeu: Eu serei contigo; e este será o sinal de que eu te enviei: depois de haveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus neste monte." Deus é com aqueles cujo espírito é distinto em perseverar no segui-Lo, e aqueles que perseveram sabem que Ele está com eles.

 
– Ele se Dá pelo Próprio Deus no coração daqueles que são sua propriedade exclusiva. Cf. cap. 14. 24;

 
Quando olhamos para a expressão "meu servo" no idioma original vemos o peso dessa expressão com mais profundidade, permitam-me demonstrar esse fato: a palavra no hebraico é: yDIäb.[;w> (wü`abDî) que aparece apenas 15 vezes em todo Antigo Testamento, em apenas um texto ela é usada como nome próprio (Esdras 10. 26), mas na grande maioria ela é usada para designar aqueles que são escravos, serventes, subordinados, um dependente, uma pessoa de confiança, quando Adonai chama Calebe de seu servo antes de dizer o que ele fez, ele está dizendo que ele fez o que fez porque em primeiro lugar é "seu yDIäb.[;w>, (wü`abDî), seu escravo, seu servo de confiança. O mesmo substantivo próprio é usado em Is 65.09, aqui Deus faz um paralelo: Servo e Eleito, ou seja só é servo quem é eleito, só persevera em seguir ao Senhor quem é servo do Senhor, portanto o espírito que há em Calebe que o faz perseverar em seguir ao Senhor, que o leva a querer agradar a Deus, que lhe dar a certeza de que o Senhor está com ele, é o espírito dos eleitos de Deus, gerado neles pelo próprio Deus, por isso eles perseveram e só por isso.

 
Como se Manifesta esse Espírito Distinto (do alto para dentro, de dentro para fora).
Do alto para dentro:
Na certeza da fé. Cf. cap. 13.30

 
É a Calebe que o Senhor se dirigiu, embora haja outros que também demonstrem o mesmo espírito, mas Calebe é o primeiro a manifestar-se como um eleito, um servo escolhido do Senhor, conforme vemos no capítulo 13.30, ele não espera aqui que alguém o apoie, ele não busca se refugiar em nada alem de sua fé no Deus da Aliança para mostrar o que estava contido no seu interior, suas convicções não são uma copia, mas fruto de singularidade espiritual, fruto da obra de Deus em sua vida, seu coração transborda de graça, de amor pelo seu Criador, quando seus companheiros de viagem dizem que não podem entra na terrá, ele na pode se conter diante de tamanha afronta contra Deus, aquilo o incomodou como incomodou Jesus diante dos mercadores do templo e encheu sua alma de zelo pelo Senhor, zelo que o consome, zelo que como um vulcão em seu interior ferve com o fogo do Espírito Santo, do alto para dentro de seu ser.
É certo haver sempre um "porém" onde o homem entra em jogo e quando a incredulidade está em ação. Os espias incrédulos viram as dificuldades – grandes dificuldades, muralhas altas, gigantes. Viram todas estas coisas; mas não viram o Senhor. Olharam para as coisas que se viam em vez das coisas que não se viam. Os seus olhos não estavam postos n'Aquele que é invisível. Decerto, as cidades eram indubitavelmente grandes; mas Deus era maior. As muralhas eram altas; mas Deus estava mais alto. Os gigantes eram fortes; mas Deus era mais forte.
É assim que a fé raciocina. A fé parte no seu raciocínio de Deus para as dificuldades: começa com Deus. A incredulidade, pelo contrário, raciocina desde as dificuldades para Deus: começa com elas. A fé olha para Deus, apoia-se n'Ele, e recebe d'Ele.
Martinho Lutero afirmou: "O Espírito Santo não é cético, e as coisas que Ele grava em nosso coração não são dúvidas ou opiniões, mas afirmações – mais seguras e mais dignas de confiança de que o próprio sentido da vida".
Naquele momento essas certezas fizeram de Calebe o gigante por confiar em Deus. Confiar significa recorrer aos recursos inesgotáveis de Deus.
"Embora nenhum homem mereça certeza por sua obediência, Deus geralmente coroa a obediência com certeza". – Thomas Brooks
É a fé, o dom de Deus, Hebreus 11.1 "Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem".
A fé segue a Deus implicitamente, embora com tremor em certas ocaisões, ao passo que a vista calcula, considera, tem cuidado e encolhe-se de medo. – Anônimo.
A fé está morta para a dúvida, surda para o desânimo, cega para as impossibilidades. – Anônimo.
Não há nenhum mérito em crer. Trata-se apenas do ato de receber um favor oferecido. – Charles Hodge.
Está fé é dom de Deus, ela se manifesta do alto para dentro de Calebe e o faz perseverar em seguir ao Senhor.

 
De dentro para fora:
No grito que exterioriza a convicção interna. Cf. cap. 13. 30
    
Eia! Subamos e Possuamos do (heb. [na`álè wüyäraºšnû]
Wnv.r:äy"w> 'hl,[]n:), dos verbos hl'[' e vr;y" são palavras chaves (Ex. 3.7,8,17; 33.3; Lv 20.24), usadas pelo Senhor varias vezes para mostrar ao povo a sua vontade, entenderemos melhor confrontando este texto com outro de Deuteronômio 1. 19-22. Estes verbos são usadas por Calebe como referências ao que Deus prometera, sua boca fala do que seu coração está cheio Cf. Lc. 6.45, ele tira do bom tesouro as suas pérolas e lança-as ao povo, o espírito distinto é aquele que apresenta-se como a "Vox Dei" a Voz de Deus nesta geração. Cf. cap. 13. 30 e 14. 6-9, aqueles que se colocam no meio do povo para falar em nome de Deus devem falar as palavras de Deus e não as suas e é isto que faz Calebe, ele diz para o povo ouçam aquilo que Deus já disse, lembrem-se de suas promessas, recordem-se que Ele viu a nossa aflição quando estávamos no Egito e ouviu o nosso clamor por causa dos nossos exatores, Ele conhecia o nosso sofrimento por isso desceu até nós a fim de nos livrar da mão dos egípcios e para nos fazer "subir" daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel, ao dizer subamos são estas verdades que Calebe quer que o povo recorde e ele as ornamenta ainda mais quando diz: "subamos e possuamos", ou seja, lembrem-se que foi a nós que Ele disse: Em herança possuireis a terra e garantiu que assim seria dando sua palavra de que Ele mesmo nos faria possuí-la. Então depois de externar as razões pelas quais ele grita: "Eia", ele dar a seguinte sentença: "portanto, certamente, prevaleceremos contra ela". Está certeza vem do alto para seu coração, das palavras de Deus guardadas em sua alma, e do seu coração exterioriza-se para o povo na esperança de que também neles se manifeste um espírito distinto que persevera em seguir ao Senhor. "Um alma dominada pela certeza não está disposta a ir para o céu sem companhia". - Thomas Brooks
Assim também Calebe não está disposto a entrar em Canaã sozinho, ele anseia convencer seu pátrias a seguirem o Senhor.

 
Quais as Implicações de se ter um Espírito Distinto em Seguir ao Senhor.
Por se colocar do lado da verdade, o espírito distinto que persevera em seguir ao Senhor, que declara abertamente essa perseverança se envolve em certas implicações, são elas:

Ir de encontro à maioria. Cf. cap. 13. 30,31
Doze príncipes foram levantados por Moisés para espiarem a terra, um representante de cada tribo, foram nos dias das primícias das uvas, subiram e espiaram a terra, desde o deserto de Zin até Rehob, à entrada de Hamath... depois vieram até o Vale de Escol, e dali cortaram um ramo de vide com um cacho de uvas, o qual trouxeram dois homens sobre uma vara, como também romãs e figos. Voltaram de espiar a terra ao cabo de quarenta dias, e mostraram aos israelitas que tudo que o Senhor falara a respeito da terra, era a mais pura verdade – o testemunho de doze homens quanto ao fato de que a terra manava leite e mel – testemunho dos seus próprios sentidos. E qual teria sido, segundo o juízo da fé, a conclusão evidente a tirar de um tal fato? Simplesmente esta, que a mesma mão que havia conduzido doze homens dentro da terra podia conduzir toda a congregação.
Mas infelizmente a maioria dos espias não tinha um Espírito Distinto que persevera em seguir ao Senhor; e por isso o único crente foi reduzido ao silêncio pelos dez infiéis. "Porém os homens que com ele tinham subido disseram: Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós". A linguagem da infidelidade estava absolutamente oposta à linguagem da fé. Esta, olhando para Deus disse: "Podemos muito bem subir". Aquela, olhando para as dificuldades, disse: "Não podemos". O povo deu ouvido a estes dez, tornou-se evidente os seus corações incrédulos e murmuraram contra o Senhor.
Aqui fica bem claro que a voz do povo não é a voz de Deus como se diz nos dias atuais. A voz da maioria é a voz da rebeldia, é a voz da incredulidade como diz o escritor de Hebreus 3.19. É a voz que levou eles a perecerem no deserto, que levou eles para longe da terra prometida. Os que possuem um Espírito distinto sempre se levantarão contra a voz da incredulidade, e por isso estarão indo de encontro com a maioria dos homens de natureza rebeldes.
– Em um quase apedrejamento. Cf. cap. 14. 10
Poderá ser apedrejado por aqueles que não querem seguir ao Senhor.
Ninguém que deseja seguir ao Senhor pode temer mais os homens do que a Deus.
Calebe grita faz calar o povo e grita, depois Moisés e Arão lançam seus rostos em terra suplicando ao povo que não peca-se contra Deus, por fim Josué e Calebe no desespero de quem vê o juízo se aproximando, rasgam suas vestes e pulam no meio do povo para persuadi-los a se arrependerem das suas murmurações, mas, apesar disto, diz o texto, toda a congregação queria os apedrejar, eles queriam silenciar aqueles cujo espírito era distinto da maioria, queriam acabar com o incomodo dos seguidores de Deus. E porque queriam apedreja-los? Eram por terem mentido? Eram por terem proferido blasfêmias ou feito algum mal? Não era por causa do seu ousado e sincero testemunho da verdade. A verdade nunca é popular. Não há lugar para ela neste mundo ou no coração humano. A mentira e o erro, em todas as suas formas, será aceito, mas a verdade nunca. Josué e Calebe tiveram que afrontar, no seu tempo, o que todas as verdadeiras testemunhas do Senhor, em todos os tempos, têm experimentado e terão de experimentar, ou seja, a oposição e o aborrecimento da massa dos seus semelhantes. Seiscentos mil homens se levantaram contra dois homens que simplesmente disseram a verdade e confiaram no Senhor. Assim tem sido; assim é; e assim será até o glorioso momento em que "a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar". Isaías 11.9
Quais os Resultados de um Espírito Distinto em Perseverar.
– Tem o Senhor como seu protetor. Cf. cap. 14. 10

 
O senhor não brilha sobre nós, exceto quando tomamos sua Palavra como nossa luz – João Calvino.
Ele vem como o sol como dizem os filhos de Corá: Salmo 84. 11 "Porque o SENHOR Deus é sol e escudo; o SENHOR dá graça e glória; nenhum bem sonega aos que andam retamente". Dissipando as sombras da morte que se aproximam querendo nos tragar.
Ninguém menos do que o próprio Deus aparece para impedir que seus seguidores sejam apedrejados.
Ele vem como Escudo: Deut. 33.29 "Feliz és tu, ó Israel! Quem é como tu? Povo salvo pelo SENHOR, escudo que te socorre, espada que te dá alteza. Assim, os teus inimigos te serão sujeitos, e tu pisarás os seus altos".
2 Samuel 22.31 "O caminho de Deus é perfeito; a palavra do SENHOR é provada; ele é escudo para todos os que nele se refugiam".
Salmo 115.9-11 "9 Israel confia no SENHOR; ele é o seu amparo e o seu escudo. 10 A casa de Arão confia no SENHOR; ele é o seu amparo e o seu escudo. 11 Confiam no SENHOR os que temem o SENHOR; ele é o seu amparo e o seu escudo".

 
– Tem entrada garantida na terra prometida. Cf. cap. 14. 10, 30
    A terra prometida não é lugar para os incrédulos, o Teólogo Luis Berkof nos ensina que a entrada na Canaã terrena prefigurava as alternativas dos que estavam destinados a compartilhar as realidades espirituais da aliança com Deus, somente os que perseveram em seguir ao Senhor desfrutaram das maravilhas do céu. O senhor Jesus nos diz que: Apocalipse 22.15 "Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira". Mas aquele cujo espírito foi distinto em segui-lo Ele dirá: Mateus 25.34 "então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo".

 
– Tem a graça de Deus para si e para os seus. Cf. cap. 14. 18-20
Esse espírito distinto que persevera em seguir ao Senhor, que esta presente tanto em Calebe como em Josué, Arão e Moisés é o espírito do mediador, daquele que se coloca entre Deus e o povo e pede que Deus perdoe o povo por causa da sua graça, cf. cap. 14.18-20
Moisés não possuía a menor ambição. Seu único pensamento era a glória de Deus. Quando se apresentou à sua mente a sugestão de que sua própria descendência tomaria o lugar daquela raça rebelde, ele a repeliu imediatamente. Não admitiu a ideia nem por um instante que fosse, para que os egípcios não tirassem partido dela. Ele não alimentava o desejo de ser ancestral de uma grande nação, se isso empanasse a honra divina. Preferia ser deixado no esquecimento do que consentir em que uma joia da gloriosa galáxia de Deus fosse toldada.
Os salvos não se caracterizam por seus próprios méritos, mas pela graça do Mediador. – Martinho Lutero.
A graça... transforma leões em cordeiros, lobos em ovelhas, monstros em homens e homens em anjos. - Thomas Brooks.
Havia três argumentos em sua intercessão: a reputação de Deus, a coerência de Deus consigo mesmo, e a sua misericórdia. Parece-me ouvir por traz dessas rogativas, a voz do Supremo Mediador! Sua oração foi atendida, mas a geração que não creu não pôde entrar na terra. É possível alguém sair do Egito, mas não chegar a Canaã. (ver Hebreus 3.12-19)

 
Tenha no seu coração um desejo sincero de agradar a Deus, lembre-se que se você agradar a Deus não importará a quem você desagrade, mas se pelo contrário você desagradar a Deus a quem importará agradar.
Lembrem-se Hebreus 11.6 "De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam". Busque o crescimento de sua fé. A fé aumenta pela oração, é fortalecida pelo estudo da Palavra e cumpre-se quando submetemo-nos diariamente ao Senhor Jesus. – J. Charles Stern
Aqueles que são seguidores de Deus não podem deixar de anunciar a palavra de Deus, eles foram feitos servos de Deus a fim de proclamar as suas virtudes, portanto se você anseia seguir ao Senhor, ou se você já o segue, saiba que pesará sobre você a obrigação de evangelizar. Na Bíblia, eleição e evangelização encontram-se de mãos dadas, não de punhos cerrados uma contra a outra. – J. Blanchard.
Se você tem um espírito distinto que persevera em seguir ao Senhor você será a "Vox Dei", será a voz da verdade em meio a uma geração incrédula e perversa, portanto precisas estar disposto a ir de encontro da maioria.
Quem segue a Jesus tem que estar disposto a viver e morrer por Ele.
Tenha a certeza de que mesmo que você venha a ser apedrejado, como foi nosso irmão Estevam, você que for fiel verá a glória de Deus assentado a Sua direita. Terá entrada garantida no céu, na cidade santa a Nova Jerusalém, e receberá a graça de Deus não só sobre se, mas sobre os descendentes.

 
Perpétua Fidelidade
É meio vago hoje saber genericamente que muitos cristãos dos primeiros tempos do evangelho foram lançados às arenas de Roma, destroçados por animais selvagens. Mas o horror e a grandeza de tais testemunhos saltam diante de nós, se examinarmos um caso específico. Como o de Víbia Perpétua, por exemplo.
Perpétua morava, ao tempo do imperador Sétimo Severo, na cidade de Cartago, no Norte da África. De linhagem nobre, era uma jovem de 26 anos, de bela aparência e fina educação, que tendo conhecido a Cristo, a ele se rendeu. Batizada um pouco antes de sofrer o martírio, ao sair das águas, afirmou: "O Espírito Santo me inspirou a orar pedindo apenas perseverança diante dos castigos físicos". Enquanto aguardava na prisão o dia da execução, recebeu a visita de seu velho pai, que insistia com ela em que renunciasse a fé e sobrevivesse. Ela respondeu:
- Pai, está vendo aquele vaso ali no canto? Será que alguém poderia chamar aquilo de outro nome senão vaso? Da mesma forma, eu também não poderia me chamar de outra coisa senão o que sou, uma cristã.
O pai, enraivecido, a ameaçou e surrou, mas ela não cedeu. No dia do julgamento, Hilário, o procurador de Cartago, lhe perguntou:
- És tu cristã?
E ela respondeu:
- Sim, e não posso trocar minha fé pela liberdade.
Ao ouvir estas palavras, o pai percebeu que a filha certamente seria lançada às feras. Num gesto impensado, tentou tirá-la dali à força. Hilário ordenou que ele fosse surrado. Perpétua sofreu mais ao vê-lo assim humilhado, do que se ela própria recebesse o castigo.
A execução em si, em março do ano 283, é uma das páginas mais sangrentas da História da Igreja, aliás, habilmente registrada por uma testemunha ocular, coisa rara então. Ao lado de outros cristãos, e de sua escrava Felicitas, também convertida, Perpétua entrou na arena cantando um salmo. Quem primeiro teve que enfrentar as feras foram os homens. Foram atacados por um leopardo, um urso e um javali. Um deles, Saturo, ficou tão ensanguentado que os espectadores zombavam: - Ele foi muito bem batizado!
Perpétua e Felicitas foram atiradas à arena, junto com um novilho selvagem, o qual atacou primeiro a Perpétua, ferindo-a e rasgando-lhe a túnica. Vendo que o animal sacudia Felicitas, Perpétua foi em socorro da amiga, recebendo ambas furiosa investida do animal. Os espectadores gritaram: - Chega!
Perpétua pôde contemplar-se; vendo as feridas abertas em seu corpo, mas sem sentir dor, louvou a Deus, que tinha mais poder que os perseguidores. Se estes podiam destruir-lhe o corpo, jamais o espírito. Chamou o irmão e pediu que continuasse firme na fé, e que dissesse aos membros de sua família, que se amassem uns aos outros.
Perpétua caminhou corajosamente na arena, desta vez para ser decapitada. O gladiador, não sendo dos melhores, apenas abriu-lhe mais ferimentos. Depois de um grito de dor, ela mesma direcionou a espada contra a sua garganta, e expirou.
A repercussão deste episódio foi tamanha. Muitas pessoas queriam conhecer a essência da religião que era capaz de produzir heróis e heroínas desse nível.

 
Concluo com as palavras do nosso mestre encontradas no Evangelho de são Mateus cap. 5. 10-12 "Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós".
Rev. Itamar Maciel de Sousa.
Soli Deo Gloria

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